Mpox: OMS aprova primeira vacina para uso emergencial em crianças |
Casal ficou 110 dias internado, mais de dois meses em coma; agora os dois estão em casa
A pandemia de covid-19 enluta muitas famílias, deixa traumas em quem perde repentinamente um ente querido e impõe medo e angústia para tantos outros. Mas nem todas essas histórias terminam mal. Julio Villalba, 83 anos, e sua esposa Margareth Villalba, 74, sabem disso.Os dois ficaram 110 dias internados por causa da doença, entubados e em coma induzido por 75 dias no Hospital das Forças Armadas, em Brasília. Período em que parentes e amigos, mais de 200, se uniram em orações. O lema ali era jamais perder a esperança, mesmo confrontados com um drama que teimava em se arrastar sem uma solução. Julio e Margareth receberam alta em 15 de julho. Estão em casa, em plena recuperação, com várias sessões de fisioterapia por semana e uma vontade incontida de contar por muitos anos ainda essa façanha.
(Julio e Margareth, 52 anos de casados e uma linda história de superação diante da covid-19 Foto: Divulgação)
"Os médicos nos parabenizaram pelo duplo milagre. Aliás, foram três milagres. Meu pai saiu do hospital precisando fazer hemodiálise três vezes por semana. Em poucos dias, teve uma melhora surpreendente e seus rins voltaram a funcionar muito bem. Não tem mais necessidade de se submeter a esse tratamento", conta Luciano Villalba, irmão de Denise, os dois filhos do casal.Militar da reserva, Julio sentia muita falta de ar quando foi levado ao hospital em 28 de março. No dia 29 do mesmo mês, Margareth também era internada com sintomas parecidos. Os dois seriam diagnosticados com a covid-19. Ocuparam a mesma UTI, destinada a pacientes em estado grave, acometidos pela doença.A partir de então, iniciava-se o longo período em que os dois, concomitantemente, tiveram de usar ventilação mecânica - ambos passariam por uma traqueostomia. Após 75 dias em coma, despertaram na mesma data, no começo de julho. A alta também foi dupla e simultânea - na segunda semana do mês passado.Casados há 52 anos, Julio e Margareth vão aos poucos retomando a rotina - ele gosta de assistir a programas religiosos na TV - missas, novenas, etc. "E também de comer e dormir", disse, por intermédio do filho.Mestre em Literatura pela Universidade de Brasília, já aposentada, Margareth voltou a ler. Nesta segunda, não se desgrudava de "As Intermitências da Morte", de José Saramago, obra na qual, num país fabuloso, as pessoas simplesmente param de morrer, provocando superlotação em hospitais e asilos geriátricos e deixando em desespero os empresários do setor funerário. Depois do pesadelo do coronavírus vivido pela família Villalba, a opção por esse livro não parece por acaso.(Fonte:Terra)
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